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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Há quem ainda pense que a carreira militar é restrita apenas aos homens, mas não é bem assim. Conforme dados de 2020, 3,2% do efetivo do Exército Brasileiro é composto por mulheres. A participação feminina ainda é pequena, porém, as mulheres vêm galgando seu espaço e começam a alcançar os postos mais altos do serviço militar. Neste ano, pela primeira vez, uma mulher foi promovida ao posto de coronel na 3ª Divisão do Exército (3ªDE), que tem a sua sede em Santa Maria.
Patrícia Wisniewsky, 49 anos, é formada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente, é chefe da seção de comunicação da 6ª Brigada de Infantaria Blindada. A atuação de Patrícia em 26 anos de serviço militar é reconhecida por todos que trabalham com ela, e é uma inspiração especialmente para as meninas. A 3ªDE tem 112 anos de história e engloba, além de Santa Maria, organizações militares de municípios como Uruguaiana, Cruz Alta e Cachoeira do Sul.
- Eu fiquei muito feliz com a promoção, que foi por merecimento. A participação feminina do Exército ainda é recente, não tem nem 30 anos. Muita gente ainda pensa que só homem pode entrar. Acho importante essa função de dialogar e mostrar para as meninas que elas podem entrar no Exército. Agora, com a minha promoção, muitas conhecidas vieram pedir como faz para entrar. Ao mesmo tempo, chegar a coronel também traz uma responsabilidade grande - conta a coronel, que chegou ao posto mais alto possível na carreira.
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Foto: Pedro Piegas (Diário)
No Exército, o primeiro grupo de formação envolvendo mulheres foi aberta em 1992. Patrícia ingressou em 1994, na quarta turma. Assim que começou a servir, no ano seguinte, atuou na área de inspeção de alimentos. Hoje, ela divide as tarefas como veterinária, cuidando dos cães da 6ª Brigada, com o trabalho de divulgação do órgão.
- Foi um desafio muito grande começar a trabalhar na comunicação, porque eu não sou especializada na área. Fiz cursos e estágios desde então para me aprimorar. Acho a área incrível. É uma forma de aproximar o Exército das pessoas, mostrar o que fazemos aqui - destaca.
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Entre as funções da coronel está chefiar a equipe de comunicação, organizar formaturas e cerimoniais, fazer cobertura em texto, foto e vídeo das ações militares e divulgá-las para a imprensa e comunidade.
A CARREIRA
A coronel Patrícia Wisniewsky nasceu em Santa Rosa, na Região Noroeste, e ingressou no Exército no ano de 1995, após ter realizado o concurso para a Escola de Administração do Exército, atualmente Escola de Formação Complementar do Exército, em Salvador, na Bahia, onde passou um ano. Antes de chegar a Santa Maria, ela serviu em Curitiba, no Paraná, e em Boa Vista, Roraima.
Entre as experiências mais significativas da carreira, ela destaca o período em que esteve no Haiti, em Missão de Paz entre os anos de 2014 e 2015.
- Me inscrevi e fui aceita para ir. O que vivi lá mudou a minha vida. Foram apenas seis meses, mas conhecer a realidade do Haiti me fez ver o mundo de outra forma - lembra.
Patrícia é a primeira coronel da 3ªDE, mas, em Santa Maria, já houve outra mulher promovida a coronel. A dentista Rosaina Stegliche, hoje na reserva, chegou ao posto de coronel e atuou no Hospital Geral de Santa Maria. O hospital, no entanto, não é subordinado à 3ªDE, mas à 3ª Região Militar, com sede em Porto Alegre.